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Coletando em Roatan, Honduras by Marcus Coltro
 

Não é muito fácil chegar em Roatan vindo do Brasil. Já que não havíamos planejado a viagem com antecedência (como de costume...), todos os vôos estavam lotados e haviam sobrado poucas opções. A maior parte dos vôos para Roatan são provenientes dos Estados Unidos, mas o Paulo - mergulhador que me acompanhou - não tem visto, então tivemos que voar para o Panamá, parar na Costa Rica, de lá para Tegucigalpa (a capital de Honduras) onde passamos a noite. Na manhã seguinte voamos para San Pedro Sula, e de lá pegamos um aeromodelo, digo, um avião microscópico para Roatan. O Paulo nunca havia viajado de avião antes, então para ele tudo era festa (na volta ele estava enjoado de voar...)


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Como tivemos um dia inteiro em Tegucigalpa fomos visitar o Museu de Antropologia. As conchas estiveram presentes durante boa parte da cultura hondurenha, em artesanato a instrumentos musicais - e aproveitadas como comida também. E para aqueles que acham que obturações dentárias são exclusividade atuais, nós vimos alguns ornamentos bem estranhos (e provavelmente doloridos) feitos centenas de anos atrás.

Nosso amigo Tony McCleery estava nos esperando na baía da cidade de Roatan, de lá seguimos viagem na costa oeste da ilha até Barbareta. Dá para entender porque Roatan é um dos pontos preferidos pelos
mergulhadores: a água é transparente e cheia de vida. Mas.... sem muitas conchas. A vida marinha é muito rica e chega a distrair mesmo depois de ter mergulhado mundo afora. Pelo menos eu estava com a caixa estanque para minha câmera digital para poder mostrar um pouco da beleza do local.


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Na última viagem com o Tony eu perdi uma de suas dragas (ela se enroscou no fundo e o cabo rompeu), e eu prometi que traria uma nova. Fiz um desenho e fui até um local onde vendem peças de aço inox.
Depois de juntar todas as partes, cantoneiras, telas, etc. (e me sujar inteiro), reparei em alguns tubos com 30 cm de diâmetro e 60 de altura - pensei, por quê não colocar uma tela no fundo e usar como draga? Sem falar que seria muito mais fácil de fazer e de carregar. Assim o fiz, mas apesar de funcionar bem o fundo de Roatan não era muito rico.

Uma das conchas que estava procurando era o Conus kukulcan, uma espécie muito bonita do grupo do cardinalis. O primeiro que encontrei era vermelho escuro, muito bonito. Achamos diversas Fissurellas, Turbo cailetti, Strombus costatus anões, Turris e peças pequenas nas dragagens.
Tentamos coletar terrestres, mas o tempo estava muito seco e a única peça que encontramos em terra foi no mangue em Barbareta, Potamididae: Cerithidea pliculosa veracruzensis

A maior parte de nossos mergulhos foi em águas rasas, então o tanque durava horas, dificilmente eu olhava o profundímetro e o manômetro para ver quanto ar eu ainda tinha disponível. Em um dos lugares eu resolvi ir para a parte mais funda para ver se encontraria algo diferente. Eu estava sem o profundímetro em meu regulador, somente meu relógio Aqualand que também mede a profundidade. Para variar a lei de Murphy agiu de novo e a bateria do relógio acabou no meio do mergulho. A água estava muito clara, sem corrente e quente até o fundo - três coisas que podem enganar até mergulhadores experientes com relação à profundidade. Mas eu podia sentir a pressão e resolvi voltar devagar pelo paredão enquanto procurava por mais conchas. Na superfície eu troquei o tanque e o regulador - desta vez com profundímetro. Bem, o lugar que eu estava antes tinha 40 metros de profundidade! E normalmente quanto mais fundo, menos conchas para encontrar.


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Geralmente quando estou mergulhando em águas rasas com um parceiro acabamos nos separando (eu sei, não é o procedimento adequado...). e como tínhamos pouco tempo cada um foi para um lado do recife.
Desta vez a corrente estava bem forte, eu estava com pouco lastro - o que me forçava a ficar me agarrando a pedras e pedaços de coral morto no fundo. É o tipo de mergulho que cansa demais, sem falar que aumenta o consumo do ar. Não costumo prestar muita atenção em peixes grandes ou tubarões, mas é claro que eu os evito principalmente à noite. Eu reparei em um ponto brilhante no fundo e fui verificar o que era - ao chegar perto vi que era um tubarão de areia enorme! Estes tubarões não são perigosos, mas um deste tamanho (maior que eu) poderia me ferir caso resolvesse nadar rápido em minha direção. Eu cheguei perto o suficiente para fotografá-lo, mas tomando o cuidado para não o assustar, pois como estava encurralado, a única saída seria sobre mim.

Esta foi a Terceira viagem de coleta em 2 meses, primeiro fui à Nova Zelândia e depois às Ilhas Cook. Descobri que é a melhor forma de se perder peso, especialmente quando eu tenho que cozinhar:
perdi 6 quilos! Quem sabe eu poderia abrir um SPA para colecionadores e obrigá-los a comer minha comida? O preço? Bom, eu poderia ficar com todas as conchas que eles coletassem...

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